segunda-feira, 31 de agosto de 2015

7 casas que inspiraram grandes escritores

Grandes autores não foram feitos apenas por sorte. Por detrás de cada máquina de escrever existiu sempre uma história pronta a criar outras histórias. E, como em qualquer história, a vida destes autores contou com intrigas, personagens, romance e, claro, sítios extraordinários que foram passados a tinta e papel. É por essa mesma razão que neste post falamos de 7 grandes autores da literatura internacional e nos focamos em casas que inspiraram de tal forma as suas obras que ainda hoje é possível encontrar referências óbvias. Em alguns casos, como poderemos ver, estas casas não foram realmente os lares de autores mas foram apreciados de longe e serviram de inspiração. Outros foram o cenário perfeito para as mais puras extravagâncias. E há ainda aqueles que, mesmo depois da vida, continuaram a repousar no sítio que os viu crescer.

Casas que inspiraram a escrita dos seus escritores favoritos

George Eliot

eliot Nascida com o nome de Mary Ann Evans, esta célebre autora britânica preferiu escolher o pseudónimo George Eliot para assinar os seus livros, nome pela qual é ainda hoje recordada. Quando era jovem, cresceu perto de Arbury Hall, onde o seu pai trabalhava como caseiro e, mesmo distante do mundo da alta sociedade, assistia de longe a tudo o que acontecia na enorme mansão gótica. Interessada pela história do próprio edifício, Eliot fez as suas investigações e fê-las passar para o papel. Nunca imaginou que os seus livros viriam um dia a estar na biblioteca de Arbury Hall, que tantas vezes visitou na companhia do pai.

Jane Austen

jane austen Conhecemos Jane Austen dos romances clássicos como Orgulho e Preconceito, Sensibilidade e Bom Senso e Emma. No entanto, sabia que a própria Jane Austen viveu numa quinta muito parecia com aquela habitada pela personagem Elizabeth Bennet? Com o nome de Chawton, a casa é hoje um museu e retém no ar a atmosfera da típica casa de campo. O banquinho de três pernas, na sala de estar, onde Jane se sentava para escrever, ainda continua lá à vista de todos.

Agatha Christie

Com uma excelente vista para o rio Dart, em Devon, a casa Greenway pertenceu durante alguns anos a Agatha Christie. Esta casa de estilo georgiano chega até a estar presente em algumas das suas obras e foi o cenário principal de algumas pré-publicações de Christie. A Rainha do Crime, como é ainda hoje chamada, costumava ler capítulos inéditos do policial que estava a escrever e testava-os junto da família e amigos, para perceber se alguém conseguia perceber quem era o assassino.

Lord Byron

byron A Abadia de Newstead conta com uma paisagem incrível: lagos, jardins e um parque excelente para passeios em família. Em 1798, estava quase em ruína quando Lord Byron herdou a propriedade, tinha então 10 anos. Após a remodelação da casa, o poeta fez desse o seu lar ancestral, organizando festas, partidas de tiro ao alvo nos corredores e trazendo para dentro das suas paredes ursos e lobos domados.

Alexandre Dumas

dumas Já todos conhecemos a história do clássico livro de Alexandre Dumas O Conde de Monte-Cristo. Mas sabia que o próprio autor viveu numa casa que se chamava Château de Monte-Cristo? Na verdade, quem não conhecer a história pode-se enganar facilmente. A casa foi nomeada em homenagem ao livro e não o contrário. Infelizmente, as coisas não correram muito bem a Dumas. Apesar da casa ter sido construída em 1846, foi vendida dois anos mais tarde, uma vez que o escritor francês não tinha dinheiro suficiente para a manter. Na altura, a extravagância de Dumas atingiu tais proporções que chegou a construir uma segunda casa, junto à principal, onde se ocuparia apenas à escrita.

Goethe

goethe A casa Goethe, em Frankfurt, Alemanha, foi a residência de Johan Wolfgang von Goethe, o célebre autor alemão de livros como Fausto e Torquato Tasso. Na sua autobiografia Out of my life: poetry and truth, o autor foca-se em especial nos anos que viveu aqui, até toda a família deixar a casa em 1795. Recentemente,  a casa foi transformada num museu que presta homenagem à obra de Goethe e à arte da época.

Tolstoy

tolstoy A propriedade Yasnaya Polyana pode não dizer muito por si só, mas na verdade este é o nome do local onde Lev Tolstoy passou a maior parte da sua vida e onde escreveu alguns dos clássicos mais célebres da literatura mundial, como Guerra e Paz e Anna Karenina. Propriedade da família do escritor russo desde o início do século XIX, foi nesta casa que Tolstoy nasceu, viveu e está atualmente sepultado., 7 casas que inspiraram grandes escritores ,Ler Artigo Completo, %%url%%

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Henry Miller: um mestre imortal da Literatura mundial

Nascido no dia 26 de dezembro de 1891, Henry Miller é hoje relembrado como um dos nomes mais importantes da história da literatura, apesar de grande parte da sua obra mais emblemática ter sido banida nos EUA. De ascendência alemã, cresceu entre a classe operária de Brooklyn, brincando com a irmã na alfaiataria que o pai mantinha e onde atendia os seus clientes. Mais tarde, esses dias da infância de Henry Miller seriam descritos por ele mesmo como difíceis, apesar de essenciais para aprender a 'viver na rua'. Na escola, provou ser um estudante brilhante e muito talentoso, com um apetite voraz para a literatura. Clássicos e histórias de aventuras estavam entre os livros preferidos na sua estante. Chegada a hora de prosseguir para o ensino superior, enveredou para o City College of New York. O sistema tradicional de educação aí ministrado não foi, no entanto, do seu agrado. Incapaz de se resignar a tal sistema, lançou-se para o mercado de trabalho, aceitando empregos que estavam aquém daquilo que desejava. Este não foi um período tranquilo. A nível pessoal a vida de Henry Miller foi sempre muito intensa e atribulada, marcando de forma indelével a sua obra posterior. Em 1917, casa com Beatrice Sylvas Wickens, casamento que dura apenas até 1923 e do qual resulta uma filha. Entre os motivos apontados para o divórcio, o mais determinante terá sido o caso com Jane Mansfield, uma dançarina por quem Henry Miller se apaixonou e com quem viria de facto a casar em 1924. Tais enlaces amorosos influenciaram profundamente a sua escrita, como está demonstrado em Moloch, na sua autobiografia e ainda no trabalho Crazy Cocks, que tem como enfoque a relação lésbica que a esposa manteve com a artista Jean Kronski. Segue-se um período em Paris, entre 1930 e 1939 que provou ser determinante para a carreira de Henry Miller e que acabou por ter de novo impacto na sua vida pessoal e profissional. Ao conhecer Anaïs Nin, a famosa autora nascida e residente em Paris, inicia (mais) uma relação amorosa extraconjugal. Por essa altura, dedica-se a escrever a obra que definitivamente colocou Henry Miller entre os maiores nomes da literatura. O livro Trópico de Câncer, cuja impressão foi mais tarde financiada pela própria Anaïs Nin, significou também o final do segundo casamento do escritor norte-americano, que se divorcia por procuração em 1934.

Henry Miller e o sucesso (banido) de Trópico de Câncer

O seu livro Trópico de Câncer, uma espécie de relato semi-autobiográfico onde dá conta das suas experiências em Paris, esteve banido durante mais de 30 anos nos Estados Unidos da América e no Reino Unido. Com um cariz profundamente sexual, esta obra é sem dúvida o grande marco da carreira de Henry Miller e a polémica instalada, como seria de esperar, converteu o documento num best seller e, mais tarde, num dos clássicos da literatura do país que tanto o criticou. Em 1940, alguns meses após o início da II Guerra Mundial, Henry Miller fez as malas e regressou ao país natal. Durante esse período escreveu críticas satíricas sobre os EUA, tecendo os seus próprios comentários pessoais e baseando a sua escrita naquilo que viveu. Títulos clássicos da obra do autor, como The Air-Conditioned Nightmare, Remember to Remember e Big Sur and the Oranges of Hieronymus Bosch, foram escritos nesta altura. Na sua autobiografia The Rosy Cucifixion mostra de perto os desafios que o comum escritor americano tem de enfrentar para alcançar o sucesso. A sua visão chocante e por vezes ofensiva, sempre com intenção de usar a liberdade de expressão para mostrar a verdade, abriu caminho para a Beat Generation. Mas, repetindo, a vida pessoal de Henry Miller foi intensa, demasiado intensa. Depois de dois casamentos fracassados e vários casos que alegadamente manteve, ainda voltou a casar mais três vezes. Em 1980, com 88 anos, morreu devido a problemas circulatórios. Por essa altura, encontrava-se a colaborar com o ator e realizador Warren Beatty no filme Reds, que acompanhava a história de um jornalista americano com uma visão muito radical e que se encontrava a cobrir a Revolução Russa., Henry Miller: um mestre imortal da Literatura mundial ,Ler Artigo Completo, %%url%%