sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Psicanalista: um thriller que explora os recantos da mente humana

John Katzenbach é escritor, mas antes de o ser trabalhou como jornalista da secção crime de duas publicações de renome de Miami, o Miami Herald e o Miami News. O contacto diário com realidades que desafiavam a ficção mais rebuscada serviu de ponto de partida para o início de uma carreira como escritor de policiais. O Psicanalista foi lançado, em 2002, e é dele que falamos neste post. A narrativa começa no dia do 53.º aniversário do protagonista, um psicanalista chamado Frederick "Ricky" Starks. Isolado depois da morte da mulher e com pouca família, Frederick é um homem só que se dedica maioritariamente ao seu trabalho. o-psicanalista-john-katzenbachA vida pacata e sossegada que mantém leva uma reviravolta quando recebe uma mensagem: se dentro de duas semanas não tiver adivinhado quem seria o remetente, que assinava como Rumplestiltskin, seus familiares iriam começar a ser assassinados, um a um. Isto a menos que Ricky optasse por outra via e, caso não descobrisse quem era o homem mistério, se suicidasse. Começa assim uma verdadeira caça ao homem num thriller, onde os acontecimentos se sucedem a uma velocidade frenética. Com um clima tenso, frio e calculista, o livro leva-nos a uma viagem pelos mecanismos da mente humana. Repleto de mistérios que se acumulam e interligam, O Psicanalista é um livro inteligente que aborda assuntos como a vingança ou o ponto até alguém é capaz de ir um determinado motivo. Ao longo do das páginas, encontramos também Virgil e Merlin, dois ajudantes misteriosos que servem de intermediário entre Rumplestilskin e Frederick. A certo ponto, dá-se uma inversão dos acontecimentos. Depois de inicialmente não conseguir descobrir a identidade do autor da carta, Starks acaba por fingir a sua própria morte, passado de presa a caçador. A partir daí, inicia-se a demanda do psicanalista para reaver a sua própria identidade e descobrir quem estaria por detrás do esquema e por que motivo ele estaria a ser castigado. Durante todo o processo, recordamos episódios do passado e relembramos a esposa que havia falecido, mas que continuava a ser uma parte importante da vida de Frederick.

O Psicanalista: a história de Rumpelstilskin

Repleto de voltfasts, O Psicanalista é descrito como um policial sobre questões como a própria existência e a identidade. De acordo com o Washington Post, este é um livro “em parte thriller, em parte tratado existencial, em parte registo freudiano do inferno”. O jornal elogia o “ritmo tenso, com impecável sentido de tempo”, salientando a "prosa ágil de Katzenbach" que "é densa em atmosferas". A história está repleta de meandros e simbolismos. Aliás, não fosse o próprio Rumplestilskin o nome de uma das personagens dos contos dos Irmãos Grimm. Segundo reza a história, umm moleiro quis impressionar o rei, com quem queria casar a filha, que ela conseguia transformar palaha em ouro. Como resultado, o rei mandou chamar a rapariga, fechou-a numa torre com palha e disse que teria de a transformar em outro. Caso não o conseguisse dentro de 3 dias, seria executada. Assustada, a rapariga já tinha perdido a esperança quando encontra um duende que a ajuda e realmente transforma a palha em ouro em troca do colar. No dia seguinte, a criatura pede-lhe o anel. Na terceira noite, o duende disse que transformaria a palha em ouro em troca do primeiro filho que ela tivesse. A rapariga acedeu. Impressionado com a transformação que julgava ter sido feita pela filha do moleiro, o rei decidiu casar-se com a rapariga. Quando o primeiro filho nasceu, o duende voltou para reclamar o prémio. Inconsolável, a moça, agora rainha, ofereceu todas as suas riquezas, mas estas não eram suficientes. O duende propôs então que se a rainha adivinhasse o seu nome dentro de 3 dias, ele desistiria da criança. Na primeira noite, a rainha falhou, mas na segunda tudo foi diferente. Um mensageiro tinha ouvido o duende a cantar junto à fogueira: “Hoje eu frito, amanhã eu cozinho!/ Depois de amanhã será o filho da rainha/ Coisa boa é ninguém saber/ Que meu nome é Rumpelstiskin!”. O mensageiro contou à rainha que, assim, adivinhou o nome do duende e ficou com o filho., O Psicanalista: um thriller que explora os recantos da mente humana ,Ler Artigo Completo, %%url%%

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hermann Scheer explora o conceito de Economia Solar

Parece não haver dúvidas: graças ao aquecimento global, o perigo das alterações climatéricas está cada vez mais eminente. O fenómeno da globalização estendeu-se à economia e, sendo assim, tudo aquilo que afeta o outro lado do mundo tem consequências diretas na vizinhança mais próxima. Como sabemos, a maior parte da energia consumida pela população mundial é gerada a partir de combustíveis fósseis, cujas substâncias poluentes podem resultar numa rutura ambiental com reflexos nos mais diversos campos da sociedade. Ao ritmo dos dias de hoje, as necessidades de consumo energético têm levado a um desenvolvimento industrial que culmina numa sobre-exploração dos combustíveis fosseis. O resultado é um cenário pouco positivo, em que as probabilidades de ficarmos sem energia aumentam a cada minuto. A ideia passa, por isso, por criar alternativas às formas tradicionais de produzir e consumir recursos energéticos. Falamos, obviamente, de fontes renováveis, das quais se destaca a energia solar. E é neste contexto que importa falar de The Solar Economy: Renewable Energy for a Sustainable Global Future de Hermann Scheer. O livro inclui uma lista de factos sobre energia solar, assim como uma amostra dos vários tipos de recursos renováveis que existem no mercado. Mas este é só um início de uma obra que defende a necessidade e as vantagens de criar aquilo que chamamos de Economia Solar. Indicado tanto para especialistas como para iniciantes, The Solar Economy: Renewable Energy for a Sustainable Global Future dá uma resposta clara e completa a todos os que querem saber mais sobre energias limpas.

The Solar Economy de Hermann Scheer

the solar economyConsiderado como um dos livros mais importantes sobre recursos renováveis, The Solar Economy, de Hermann Scheer, foi inicialmente lançado no ano de 2004. Ainda que desde então tenha havido um grande desenvolvimento do nicho de mercado solar, tudo aquilo que o autor alemão afirmou é aplicável aos dias de hoje. De acordo com alguns especialistas, este é mesmo 'o livro mais importante do século XXI'. Muito embora isto seja discutível, a verdade é que a mensagem deixada nas páginas de The Solar Economy merece, sem dúvida, ser lida. O livro fala de futuro, deixando claro que é importantíssimo levar a cabo uma nova revolução industrial onde os combustíveis fósseis são substituídos por energias limpas e renováveis. O resultado seria uma nova ordem global, onde uma consciência ambiental se aplica às diversas áreas da sociedade, da política à economia. Ao apresentar factos de forma científica e não exagerada, The Solar Economy foi capaz de se destacar dos outros livros do género, onde se apresentam versões exageradas da realidade, quase próximas às de um cenário apocalíptico. Pelo contrário, o livro é indispensável para todos aqueles que querem entender a relação que existe entre o ambiente e a economia. Destacando a importância da energia solar, o autor sublinha que existe um leque muito alargado de fontes renováveis que podemos usar. Ao longo do livro, são exploradas todas as suas potencialidades, nomeadamente no que diz respeito à sua eficiência e custos. A par disto, há também uma comparação com a indústria petrolífera.

Quem foi Hermann Scheer?

Hermann Scheer destacou-se como autor, criador de novas políticas e líder global no campo das energias renováveis. Toda a sua vida, o alemão trabalhou para que se criasse uma consciência global virada para a importância da sustentabilidade. Hermann Scheer faleceu no ano de 2010. Tinha então com 66 anos. Membro do parlamento alemão desde o ano de 1980, Scheer foi presidente do EUROSOLAR â€" uma associação europeia sem fins lucrativos para as energias renováveis â€" e do World Council for Renewable Energy (WCRE). Nas próprias palavras do autor, a sua motivação era a 'compaixão pela justiça social causada pela ideia de que está a fazer aquilo que é certo. O meu objetivo nunca foi tornar-se um cidadão privado e individual, sempre quis participar, desenvolver e desenhar a sociedade'. O trabalho nacional e internacional valeu a Hermann Scheer várias distinções. Entre elas, o prémio da revista TIME, que criou um lista dos Heróis do Século Verde. Em 1998, o autor de The Solar Economy venceu World Solar Prize e, em 1999, o Right Livelihood Award (considerado como 'o prémio Nobel Alternativo')., Hermann Scheer explora o conceito de Economia Solar ,Ler Artigo Completo, %%url%%

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Guerra dos Tronos: os desabafos de um fiel leitor

Antes da série, havia os livros. Antes da fama, havia apenas um simples escritor com uma boa história. Ante de longas filas para receber autógrafos, não havia fãs suficientes para encher uma pequena sala. Mas agora a realidade é outra. Neste artigo, faço a minha análise geral à saga que deu origem à série da HBO A Guerra dos Tronos, oficialmente chamada de As Crónicas de Gelo e Fogo e desabafo um pouco a minha frustração no que toca a duas ou três coisinhas. Corria o ano de 2008 quando decidi comprar o livro A Guerra dos Tronos. Foi um daqueles livros que me chamou a atenção pela capa. Ao passar pela secção de Fantasia da Fnac, peguei no livro e li a sinopse. Isso foi mais do que suficiente para me convencer a sair da loja com o livro e para que o lesse num abrir e fechar de olhos. Sabem aqueles livros que prendem? A Guerra dos Tronos, para mim, foi um desses livros. Nos meses que se seguiram, fui lendo compassadamente cada um dos livros. Tinha percebido então que o primeiro livro tinha sido lançado em 1995 e que até 2008 só tinham sido lançados outros 3 livros de uma saga que, supostamente, será composta por 7 volumes (George R. R. Martin admite a possibilidade de existir um 8.º livro, caso a história se alongue). Porém, de livro para livro, Martin tem demorado cada vez mais tempo a escrever. Em 2011, o lançamento do quinto livro A Dança dos Dragões coincidiu com o início da série da HBO. Com um elenco de luxo, a série não só provou ser um sucesso para os leitores como também para  novos fãs. Eu, como tantos outros, decidi ver a série, conciliando o que sabia dos livros com o que via na televisão. Ao longo de 50 episódios fui aceitando desvios que os produtores fizeram à história. A série é uma adaptação dos livros e é normal que haja diferenças. Ok, tudo bem. No entanto, o que me custa realmente aceitar é que os fãs saibam o final da história a partir do ecrã  e não das páginas de um livro. É disso mesmo que quero desabafar.

Guerra dos Tronos: mas afinal, o que é isto?

Comecemos pelo início. Afinal, o que há em A Guerra dos Tronos que coloca a história nas bocas do mundo? a-guerra-dos-tronos-george-r-r-martinPrimeiro, o arranque da saga é excelente. No primeiro livro A Guerra dos Tronos somos apresentados à família Stark â€" responsáveis pelo governo do vasto território do Norte de Westeros â€" que se preparam para receber a visita do rei Robert Baratheon. Mas a visita tem um propósito: o rei Robert pretende convidar Lorde Eddard Stark para se juntar a ele na capital como Mão do Rei, um importante cargo político. Isto acontece após a morte do anterior Mão do Rei, que aconteceu sobre estranhas circunstâncias. Nos primeiros capítulos Eddard Stark é confrontado com o dilema de aceitar ou não a oferta. Acaba por aceitar o cargo quando uma carta secreta chega a Winterfell, revelando que o anterior Mão do Rei foi morto por envenenamento pela família da rainha, os Lannister. Homem honrado, Eddard decide que o melhor que pôde fazer é viajar para a capital e investigar os Lannister, a família mais poderosa do reino, e perceber que jogo andam a jogar. E, de imediato, as personagens são atiradas para uma teia de conspirações, segredos e jogos de poder que culminam, no final do primeiro livro, num momento de que ninguém estava à espera e numa guerra sangrenta. Mas do outro lado do Mar Estreito, nas Cidades Livres, temos também a história de Daenerys Targaryen e do seu irmão Viserys, dois jovens pedintes que sonham com o Trono de Ferro â€" a cadeira onde se senta o rei de Westeros. Mas porque sonham estes Targaryen com o Trono? Porque há muitos anos, quando Daenerys estava ainda por nascer, era o seu pai que ocupava esta hedionda cadeira. Consumido pela loucura, o seu reinado terminou quando Robert Baratheon iniciou uma rebelião, obrigando os Targaryen sobreviventes a fugir. E tudo indica que Daenerys tenha uma hipótese de recuperar o trono do seu pai. Após um casamento estratégico com um homem selvagem, Daenerys consegue arranjar para o irmão um exército constituído por milhares de homens. No final do livro, no entanto, consegue chocar três ovos de dragões… e quem tem dragões consegue fazer tudo, não é verdade? a-dança-dos-dragões-george-r-r-martinNão, talvez não seja assim tão fácil. Nos dois livros que se seguem, A Fúria dos Reis e A Tormenta de Espadas, George R. R. Martin prova-nos que o número de homens de um exército, ou o facto de termos dragões ou não, não é suficiente para ganharmos uma guerra. O caminho mais honrado nunca é o caminho que garante uma coroa. É preciso saber jogar o Jogo dos Tronos e pensar a longo alcance. Seguir o coração em vez de honrar compromissos é também um luxo a que não nos podemos dar se temos uma coroa na cabeça… e se não a queremos perder. Em A Tormenta de Espadas atingimos o clímax máximo da saga. A Guerra dos Cinco Reis, iniciada no final do primeiro livro, perde quase todos os Reis que deram o nome ao conflito e os sobreviventos ainda lutam para garantir o seu lugar no reino. George R. R. Martin prova também aos leitores que não tem medo de matar personagens, especialmente aquelas de quem mais gostamos. O ritmo do livro 4 e 5, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões abranda um bocado. Os fãs que esperavam mortes e cenas chocantes ficam desiludidos, entre os quais eu mesmo, por encontrarem agora um registo mais lento que envolve mais diplomacia do que propriamente ação. Nota-se que o escritor está a deixar que as suas personagens se preparem para algo grande que acontecerá em Os Ventos do Inverno.

Guerra dos Tronos: são spoilers os verdadeiros vilões desta história

O problema que me tem atormentado recentemente é que a série televisiva está antecipar a história. Apesar de terem mudado o rumo de muitas personagens, os realizadores da série já confirmaram que a ideia é chegarem ao mesmo final que George R. R. Martin planeou para As Crónicas de Gelo e Fogo. Os que preferirem ler o livro, podem certamente deixar de ver a série, se é que alguma vez viram. No entanto, falando por experiência pessoal, sei que mesmo que não visse a série acabaria por saber a história que ainda não foi revelada nos livros. Como? A praga dos famosos spoilers, o nome atribuído à informação crucial que estraga uma história para quem ainda não a conhece. Tais spoilers iam-me aparecer no Facebook, em sites de entretenimento que costumo visitar para consumir notícias e até mesmos nos telejornais televisivos de canais nacionais. Um momento surpreendente no final da 5.ª temporada mereceu uma reportagem da SIC, por exemplo. Por isso, percebi que tinha um dilema: ver a série ou esperar que alguém me estrague a história. Absolutamente fã d'A Guerra dos Tronos, quero assistir ao desenrolar da história e ver o que as personagens fazem, seja pela televisão ou pelo livro. Não quero que ninguém me venha contar o que aconteceu. Em forma de desabafo, lamento que o autor e os produtores da HBO não tenham pensado estrategicamente sobre esta questão. O ideal seria que a série tivesse começado na mesma altura em que sair o sexto livro. Estimando que o escritor demora cerca de 6 anos para escrever um livro, isso dava tempo o suficiente para que a série explorasse toda a história dos livros sem estragar para os leitores aquilo que ainda não foi publicado. Talvez, quem sabe, chegassem a coincidir o final da série com o lançamento do último livro? Se fosse eu no Trono de Ferro de todas estas decisões, era exatamente isso que teria feito., Guerra dos Tronos: os desabafos de um fiel leitor ,Ler Artigo Completo, %%url%%